Minicontos

 




Minicontos são pequenas narrativas em que o autor expõe todo o contexto e uma ação dentro de poucos caracteres. Ao leitor, fica a incumbência de interpretar, imaginar o significado das narrativas que poderá resultar numa multiplicidade de imagens mentais. 

Augusto Monterroso escreveu um dos mais famosos minicontos sob o título, O Dinossauro, usando apenas 37 letras.


“Quando despertou, o dinossauro ainda estava lá.”


Pedimos que enviassem para o @clicuff ou através da tag #clicuff , minicontos através do Twitter e que coubessem num tweet apenas, ou seja, em 140 caracteres no máximo. 

Vamos criar situações na mente, desenhar, imaginar através dos minicontos a seguir?

Fonte



"Hoje caminha amparada pela mão forte e segura, outrora tão pequenina e frágil a caminho da primeira escola. Parece que foi ontem." Cláudia Fonseca


“Os homens chegaram como pé de vento. Encorparam-se, cresceram a voz e tomaram o meu pouco: chave, lenço, umas moedas.” Rita Magnago


"O sol nem nasceu, ele chega. Ataca-me, abusado, apalpa-me as tetas, me manipula, suga-me, deleita-se. E ainda me chama de vaca." Novaes/


“De longe vi um vozerio, um tumulto e um fedor que exalava por todo lado. Pé ante pé, vi. Eram humanos-urubus que se devoravam entre si.” Helene Camille


“O abraço é como o abrir de um compasso, espero cair sempre nesse laço.” Hugo Feijó Filho


“Narciso, encantado por sua beleza, viu a sua imagem refletida no lago e apaixonado por ele mesmo, atirou-se e morreu afogado.” Zezé Pedroza


“Em torno dela, até o espaço se curva, como se seda fosse o tecido do meu olhar.” Evandro de Andrade


"O voo colorido daquela borboleta faz o "homem-cinza" despertar: - dou-me asas! Lagarta nunca mais!" E. Almeida.



"Tudo foi um sonho. A noite se fez sol em mim, iluminando minha alma de cetim. Mas veio uma nuvem, levou o brilho e me deixou assim." Fabiana Ratis


“Na varanda ao som de pássaros, a cadeira balança, as agulhas dançam, tricotando o colorido; o inverno chegou.” Odila Garcia 


“A bola e o menino. Só paixão. A peralta pula o muro e beija a janela. A faca corta o couro. Choro. Mas logo outra terá sua paixão.” Carlos Benites


“De boina e guarda-pó, o caixeiro viajante passou a vida vendo paisagens correrem pela janela do trem.”  Geórgia


“Essa gripe que não passava, a cabeça que lhe estalava, a escrita encravada, as ideias que lhe secaram. Até que... Ah... ‘O Espirro’.” Pedro Freire Costa


“Nasceu e cresceu pobre, mas tinha boa lábia e dom para vendas. Hoje é chefe de compras numa multinacional.” Jorge Caldas Filho


“Viver cada momento como um passo de dança. Sentir que a cada momento produzimos ventos, brisas e aragens. Movimentos delicados.”  Paulo Baía


“Na noite escura caminhei sem destino, não encontrei ninguém naquela rua. A minha raiva superava o frio, e o momento a pouco vivido.”  Marcia Santos


“Pondo o selo na carta de adeus, pensava: ‘ela não merece perdão’.”  Gracinda Rosa


“E no dia da execução... acordou sabendo que pra ele não existirá amanhã.”  Labouré Lima



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OUTROS MINICONTOS

"O beijo pode ser curto, longo, doce, suave e, além disso, refletir o início de uma paixão, selando um grande amor."  Hugo Feijó Filho

"Ia séria, a caminho do altar, enquanto todos sorriam. Pensava: "Até quando?"  Geórgia

"Era um homem tão miserável que, antes do último suspiro, ainda falou: 'Família, o caixão é mais barato no Zé'."  Geórgia

“O artista encantou-a, mas a união se findou. Esqueceu-se do homem.”  Geórgia

“Não falava, mas seus olhos eram tesouras podando meus movimentos.” Geórgia 

"Senti o toque de suas mãos, e em meio ao desespero da partida, ouvi a mais doce declaração antes do suspiro derradeiro. Te amo."  Zezé Pedroza  -  A despedida 

"Naquela madrugada fria, eu chorava à espera de notícias, enquanto o corpo do meu amado era levado para a capela de velório."  Zezé Pedroza  -  O acidente

"Portão aberto, entraram, beberam, comeram ante olhares desconfiados dos convidados, só depois viram que estavam na festa errada."  Zezé Pedroza  -  A gafe

“Som seco. O metal corta o céu e reflete o Sol. No fim do voo, encontra o seio da mestra que pedia uma boa escola. Um chão vermelho.”  Carlos Benites

“Olhava sempre para o chão, pois temia quedas e fraturas. Viu a primeira papoila da estação; desviou-se. Não viu a casca de banana.”  Pedro Freire Costa

“Causa mortis: viu seu homem com outra; morto o amor, quis morrer também.”  Gracinda Rosa

Desvendado o mistério da Nave Russa descontrolada. Homem envolvido. Labouré Lima



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